O ser humano tem por principal característica a reunião com seus pares, formando os casais, as famílias, os grupos afins, as cidades, as nações e etc.
É senso comum que a “união faz a força”, que “juntos somos mais forte”, que o “sucesso é fruto do trabalho em equipe”, dentre inúmeras outras frases cunhadas para demonstrar essa inata tendência do ser humano em se manter agregado.
Essa união de pessoas ocorre em torno de algum objetivo maior comum a todos os agregados, e cobra a participação individual em prol do coletivo, para que o individual conquiste algo em seu favor.
Dentre as incontáveis formas de agrupamento existe a Associação de Classe, que é formada por um grupo profissional (em sentido macro ou estrito), cujo principal objetivo é a solução de problemas comuns que, ao serem mitigados ou eliminados, trarão benefícios individuais.
O nosso setor, como não poderia deixar de ser, têm vários Associações, Entidades, Institutos, Sindicatos e outras organizações formadas para atenderem às mais diversas demandas que assolam o exercício da profissão de beleza e bem-estar.
Exemplos de excepcional trabalho prestado pelas Associações do Setor não faltam, destacando-se, dentre eles, a famosa e querida “Lei do Salão Parceiro” que, sob o comando da Associação Brasileira dos Salões de Beleza – ABSB, pode levar os justos anseios populares ao Congresso Nacional, aonde a causa foi abraçada pelos competentíssimos Deputados Federais Ricardo Izar e Soraya Santos.
Contudo, é certo afirmar que ainda existem muitas demandas do nosso setor, cuja interlocução institucional inexiste ou é insuficiente. Com efeito, apesar de todo o empenho e dedicação dos grupos associativos já existentes, a percepção comum é que muito ainda precisa ser feito e, via de regra, necessária a criação de novas Associações, com objetivos não abrangidos, ou não alcançadas por associações já existentes.
Não se fala aqui em criar associações para concorrer com outras já existentes, ou mesmo para disputar poder com estruturas já consolidadas. Em verdade, este texto quer demonstrar que os profissionais do setor têm contribuições e anseios, os quais devem ser apresentados para os grupos que hoje atuam.
Ocorre que nem sempre essas vozes são ouvidas (desde já ressalto que não em função de má vontade ou negligência das associações existentes, mas sim por falta de prioridade ou recursos), assim, e em tais situações, importante que os profissionais pensem em se aproximarem a outros com os mesmos anseios e objetivos para criarem um grupo novo, para navegar em pontos não alcançados até então.
Não estou estimulando a criação exagerada de novas associações. Pelo contrário, entendo que as associações já existentes devem ser usadas, mas, caso ocorra uma inevitável falta de cobertura a todos os problemas, novas associações podem ser cunhadas, isso para cobrir situações não atendidas.
Assim, o apelo é para que os leitores, ainda não conveniente representados por associações, se mobilizem no sentido de se sentirem amparados, mesmo que para isso tenham que fazer nascer uma nova entidade.
A atual dessa crise sanitária traz demandas e problemas ainda não enfrentados, que machucam cada profissional de forma diferente, sendo certo que os pedidos e propostas também devem preservar essa individualidade.
É momento de dar eco as propostas para enfrentamento da crise, isso para construir um modelo melhor de negócio e para se ter um efetivo amparo do estado, com o fim de permitir que os profissionais da beleza e bem-estar atravessem esse momento de crise da forma menos traumática ou quiçá, para que aproveitem ao máximo as oportunidades que nascem nas crises.
Por isso, vale a reflexão sobre o associativismo, e o conselho para que o leitor se agregue a uma associação já existente ou que participe da criação de uma nova, sendo que, em qualquer caso, com o objetivo de fortalecer o coletivo, para proteger o individual.
Achiles Augustus Cavallo
Colunista
Achiles Augustus Cavallo, advogado em São Paulo, especializado no setor de bem estar e beleza.