em Colunistas, Erik Kened

Seguindo as tendências e a demanda do mercado, os produtos nanotecnológicos estão se destacando cada vez mais e sendo muito procurados pelos consumidores.

A nanotecnologia tem sido relacionada às estruturas, propriedades e processos envolvendo materiais com dimensões em escala nanométrica. Essas partículas são extensivamente estudadas por promoverem muitas vantagens em relação às formulações com ativos tradicionais. A nanotecnologia aplicada aos produtos capilares refere-se à utilização de pequenas partículas contendo princípios ativos que são capazes de penetrar nas camadas mais profundas da fibra capilar, potencializando os efeitos do produto. Existem técnicas distintas para produção e avaliação das nanopartículas, bem como uma grande variedade de polímeros e biopolímeros que são utilizados como matéria-prima para o desenvolvimento do produto e como ele deve ser adicionado ao produto final para obter as vantagens que a nanotecnologia oferece.

Esse avanço em nanotecnologia coloca o Brasil numa posição de destaque, e que antes era visto apenas em produtos importados.

Exemplos de nanotecnologias em cosméticos capilares são os veículos nanovetoriais que muito das vezes são multifuncionais, eles são estruturas formadas por uma membrana fosfolipídica e que podem levar a sustância ativa para dentro da fibra.

Geralmente esses veículos podem transportar uma grande variedade de substâncias ativas benéficas para a saúde do cabelo, como vitaminas, aminoácidos, sais minerais, óleos e até mesmo filtros solares.

São denominados multifuncionais por cumprir distintas funções (proteção solar, antioxidante, umectante, reforçador, termo-protetor, etc.) e podem transportar um ou vários ativos.

A vantagem de encapsular ativos é principalmente sua capacidade de aderência, penetração e recobrimento superficial.

Analisando as nanotecnologias mais usadas, observamos os fitossomas. Esse encapsulado pode entregar à fibra, ativos vegetais altamente concentrados para proporcionar ao fio de cabelo hidratação intensa.

Os lipossomas carreiam vitaminas oleosas, como a vitamina E, que age como antioxidante, bem como outros óleos ricos em ômegas.

Uma nanotecnologia muito empregada num tratamento reconstrutor é a ciclodextrina.  As ciclodextrinas são carboidratos complexos compostos de unidades de glicose, e são capazes de carrear inúmeros aminoácidos para dentro da fibra, e também promovem aderência no recobrimento cuticular.

Um exemplo prático disso são as máscaras capilares que utilizam ativos convencionais e precisa de 20 minutos na touca térmica ou vaporizador, e hoje com o avanço da ciência, uma aplicação de máscara capilar com ativo nanotecnológico pode ser aplicada sem adição de calor num tempo estimado de 3 a 5 minutos de pausa.

As pessoas desejam cada vez mais produtos em menor quantidade com maiores benefícios, esses benefícios estão além da economia de tempo, os resultados imediatos.

Que vem ao encontro dos tratamentos nanotecnológicos seguem o princípio de quanto mais rápido e eficaz, melhor.

As indústrias de cosméticos no Brasil ainda estão se adaptando a essa nova realidade e exigência do consumidor, mas algumas empresas já usam essas nanotecnologias e com grande avanço técnico-científico.

Erik Kened

Colunista

Erik Kened é Engenheiro Químico, especialista em desenvolvimento de cosméticos e aplicações estéticas. Palestrante e educador na área da saúde, beleza e bem-estar. Trabalha com P&D de cosméticos e dermocosméticos há 20 anos. Além de consultorias para indústrias de cosméticos, produz e administra treinamentos para equipe de vendas, bem como profissionais da beleza.

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