em Colunistas, Deise Garcia

A digitalização da vida já nem é mais tema de conversa. Após tantos meses de pandemia e (relativo) isolamento social, viver sob o viés digital já virou algo tão automático que nem percebemos. E essa maratona online vale para tudo porque aprendemos a resolver, buscar, comprar tudo ao toque de uma tecla, sem medos. No rastro deste lifestyle futurista, também nos habituamos a uma tendência nas redes, as lives. Vira e mexe, lá estão algumas dezenas, centenas de gravações em real time acontecendo nas mais diversas plataformas. Na beleza em especial, sim, amigos, no nosso setor, tem o tempo todo, 24 X 7, todos os minutos, com gente recém-chegada ou profissa no tema, com ou sem produção de fundo, luz, câmera, ambiente. E isso pode ser muito legal porque carrega um aspecto inclusivo, dá a sensação de proximidade e vira distração mesmo. Mas…

Sim, sempre tem um “mas” no meio do caminho. A questão é que tudo que for em excesso cansa, enjoa, tira o foco. Tem horas que dá até preguiça de olhar quem está em um “ao vivo”. Porém, a questão mais importante não é essa não e sim a falta de conteúdo relevante – ou pior, a falta de conteúdo propriamente dito. A espontaneidade pode ser uma ferramenta poderosa, engraçada e cativante, mas não vale para todos e quase nunca dá certo. Tenho visto lives tão sem pé nem cabeça que fico até com vergonha alheia.

Se você é fã das lives – de assistir e de criar a sua própria – , pense um pouco nisso. Siga criando seus fundos, sons, outfit, look, mas não esqueça de pensar no tema e em como desenvolvê-lo. Como? Comece com algumas questões básicas: o assunto é interessante? Meu público vai gostar? Eu consigo falar sobre isso? O tema é amplo, segura uma hora? Eu tenho improviso se alguém começar a me perguntar muita coisa? Tenho um plano B se ninguém entrar ou se interessar? Acredite, conteúdo bom dá credibilidade, cativa seu público e deixa quem assiste bem mais feliz.

Deise Garcia

Colunista

Deise Garcia é jornalista especializada em beleza. Publisher da HM EM REVISTA, NEGÓCIO ESTÉTICA, também dá palestras sobre o tema e consultoria de negócios para o setor.

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