Em primeiro lugar uma constatação: o Movimento Beleza Limpa tem conseguido crescimento exponencial. Se você desconhece a tendência, saiba que os adeptos questionam principalmente a maneira como são feitos os produtos de beleza. O movimento rastreia rótulos e demonstra que nossa rotina tem sido inundada de elementos químicos, que servem para conservar o que compramos, mas são muito ruins para a saúde dos consumidores.
A especialista Marcela Rodrigues, idealizadora do portal “A Naturalíssima”, esclarece: “Beleza Limpa surgiu nos últimos anos, sob o guarda-chuva de outros movimentos, como o slow beauty, green beauty, beleza natural. É algo que já se traduziu como prática de mercado, a partir de produtos livres dos principais ingredientes de serem tóxicos para a saúde humana e o meio ambiente”.
Esse tipo de preocupação, antes da pandemia, poderia ser classificado como algo independente, apenas um nicho. Mas veio o impacto da Covid-19 e o processo se acelerou. A especialista acredita que há um boom no Brasil de novas marcas, inclusive de grandes grupos do segmento lançando suas linhas de beleza limpa.
Para não ficar de fora, é preciso vasculhar o rótulo dos produtos e aprender sobre eles. Há marcas que produzem cosméticos “mais ou menos limpos”, dependendo de quais ingredientes químicos cortam das fórmulas. Mas, alguns valores são inegociáveis: não ter passado por testes em animais e ser livres de parabenos, derivados de petróleo, sulfatos, além de compostos químicos como Triclosan e Ftalados.
Ainda não existe um selo único, uma forma de provar que o produto é limpo, com certificação especial. “Na minha visão, considero necessário um olhar além da fórmula: quem é a empresa que está por trás do produto, qual o impacto dele, ainda que limpo, teria em padrões de beleza. A sustentabilidade não deve ser vista apenas como consumo ou não de um produto”, salienta Marcela Rodrigues.
Uma pesquisa feita pela Mintel – que realiza estudos de mercado em diversos países- mostrou que 54% dos brasileiros são potenciais compradores de produtos naturais. E mais: constatou-se que a Beleza Limpa é uma das principais tendências de consumo e que a preocupação com o uso de substâncias nocivas ao meio-ambiente e à saúde, só deve aumentar nos próximos anos.
Entre as marcas de beleza que já aderiram a esse mercado estão a californiana Biossance, além das brasileiras Cativa e Simple Organic. A Biossance virou um case de clean beauty. Não é natural porque consegue sintetizar todos os ingredientes, mas usa inovação para criar em laboratório fórmulas saudáveis para a saúde e meio ambiente.
A performance da indústria francesa é reconhecida pelo mercado. “Quer um exemplo? O esqualano, produto presente em cosméticos para ajudar na hidratação da pele e na retenção de líquidos, é um ingrediente que vem do fígado de tubarão. Hoje, existe tecnologia para criar uma versão vegetal do esqualano, à base da cana de açúcar, que é 100% natural e a Biossance faz isso”, finaliza Marcela Rodrigues.
Fonte: Consumidor Moderno
Matéria de Caio Camargo
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