Muitas reflexões importantes vieram à tona no ano da pandemia, e uma delas foi o consumo consciente. Munidos de informação e postos a refletir sobre questões chave, em decorrência das mudanças provocadas pela Covid-19, mais consumidores passaram a optar por produtos sustentáveis, que agridem menos o meio ambiente e respeitem o bem estar dos animais. No mercado de beleza, sempre atento ao comportamento de compra, já se encontram itens que atendem os requisitos de sustentabilidade, mas os rótulos ainda causam dúvidas entre o público.
Expressões como cosmético natural, orgânicos, veganos, biodinâmicos e cruelty free estão cada vez mais presentes nas embalagens, mas o que significam e o que está por trás da produção da elaboração dos produtos? Para ajudar, o especialista no assunto, Rafael Zarvos, especialista em Gestão de Resíduos Sólidos e fundador da Oceano Resíduos, criou um pequeno dicionário explicando tudo o que há de mais recente sobre os produtos eco-friendly. Confira!
Cosmético Natural – No Brasil não existe Norma, Portaria e nem Diretrizes que regulamentem a classificação de “Cosmético Natural”. Adotamos aqui os conceitos da IBD, maior Certificadora da América Latina. Para que o cosmético possa receber um Selo de “Natural”, precisa utilizar matérias-primas cujas substâncias sejam de origem vegetal, inorgânica-mineral ou animal (exceto vertebrados) e suas misturas. As matérias-primas derivadas do natural devem preferencialmente ser oriundas de insumos orgânicos. Insumos não naturais, ou a partir de reações não permitidas, derivados de uma substância natural, desqualificam seu uso em produtos cosméticos orgânicos ou naturais. São exemplos de matérias-primas proibidas: corantes sintéticos, fragrâncias sintéticas, polietilenoglicóis (PEGs), quaternários de amônio, silicones, conservantes sintéticos, dietanolamidas, derivados de petróleo etc. Os cosméticos naturais deverão destacar em seu rótulo quais ingredientes são naturais e/ou orgânicos e/ou oriundos de extrativismo certificado.
Cosméticos Orgânicos – Baseados na sustentabilidade, usam produtos naturais e o seu manuseio não agride o meio ambiente. Precisam ser certificados para receberem a denominação “Orgânico”. O cosmético a ser classificado assim deve conter pelo menos 95% de matérias-primas orgânicas. Os cosméticos devem destacar quais são os ingredientes orgânicos utilizados e deverão obrigatoriamente apresentar o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SISOrg) ou então o selo “IBD Orgânico”.
Cosméticos Veganos – Produção que não utiliza matéria-prima de origem animal. Além disto, a empresa que cria o produto não pode fazer o teste final em animais, bem como os fornecedores dos insumos devem comprovar que os ingredientes não foram testados em animais. É preciso prestar atenção na etiqueta para ver se o fabricante não está usando substâncias derivadas do petróleo. Em 2013, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SBV) criou um selo para certificar os produtos veganos.
Cosméticos Cruelty-free – Produtos desenvolvidos e que não foram testados em animais. Exige-se ainda que a empresa implemente um sistema de monitoramento da cadeia de fornecedores. Atualmente, existe um selo internacional, o “Leaping Bunny”, atestando que o produto é “Cruelty-Free”. Contudo não significa que em sua composição não haja ingrediente de origem animal.
Cosméticos Biodinâmicos – Precursor do conceito orgânico, surgiu em 1924 na Polônia, com uma abordagem holística, na qual o produtor utiliza os conceitos da Homeopatia e do calendário lunar para cultivar a matéria-prima que será usada na produção. A agricultura biodinâmica utiliza os mesmos meios de produção orgânica, praticando a compostagem e utilizando substâncias vegetais e minerais para fazer a adubação. A sua produção é mais restrita. É considerado uma espécie de “Orgânico Premium”. Somente são considerados Biodinâmicos se tiverem o selo “Demeter”.
Fonte: assessoria Rafael Zarvos/Oceano Resíduos
Matéria de Caio Camargo
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