A pandemia está sendo um divisor de águas não só para o setor da beleza, como também para outras áreas de serviço e comércio. Especificamente para o nosso setor, muitas iniciativas, antes embrionárias, rapidamente se concretizaram como a nova tendência, porém ainda com alguns desafios.
O processo de capacitação de profissionais sofreu um forte impacto pelo crescimento exponencial das aulas on-line. Diferente das aulas práticas e presenciais, na modalidade virtual não há a infraestrutura adequada, tão pouco o acompanhamento de perto do instrutor para orientar e avaliar, não havendo, portanto, a simulação do atendimento, diagnóstico, aplicação dos produtos, lavagem dos cabelos no lavatório, entre outros atos fundamentais para a educação. Assim, estamos capacitando de forma limitada e carente de prática.
O atendimento em domicílio cresceu, mas ainda sem qualquer fiscalização sanitária, como ocorre nos salões de beleza. Sem fiscalização, o (a) cliente não terá a segurança se os materiais utilizados nos serviços foram esterilizados, inclusive a procedência e validade dos produtos. Vale lembrar que o serviço de manicure é considerado o maior transmissor de hepatite. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) já está trabalhando nas normas para salões de beleza, mas ainda não se pronunciou sobre o atendimento em domicílio.
A gestão e apoio jurídico demandam hoje uma dedicação além do normal. De acordo com a Associação Brasileira dos Salões de Beleza (ABSB), estima-se que 30 % (trinta por cento) dos salões de beleza já encerraram as suas atividades e quase a totalidade dos demais salões estão endividados. Assim, um enorme esforço no corte de despesas tornou-se necessário, além de um apoio jurídico, para negociar dívidas de aluguéis, fornecedores, tributos, entre outros. Infelizmente muitos salões de beleza não tiveram acesso aos empréstimos oferecidos pelo governo às empresas, prejudicando ainda mais sua saúde financeira.
O digital, mais do que nunca, concretizou-se como o melhor “vendedor” de serviços de beleza. O velho “boca a boca”, hoje é substituído pelas mídias sociais e entender como funciona essa ferramenta, bem como os respectivos investimentos necessários, não são mais uma opção.
A revolução digital chegou para ficar e nos desafiar.