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PARTE 2

A ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – discutiu o futuro do setor com os profissionais mais destacados do segmento. Em um evento 100% online, foram relatadas experiências, nuances comportamentais que servirão de suporte para o mercado da beleza nos próximos meses.

A especialista Margareth Utimura, da Consultoria Nielsen, falou sobre os resultados de análises feitas durante a pandemia. Elas mediram o impacto na economia e no bolso do consumidor, além das tendências de consumo dos itens de higiene e beleza.

Margareth destacou o panorama econômico do Brasil, o segundo mais afetado pela pandemia no mundo. A analista afirma que os efeitos puderam ser mais sentidos na classe média. Os números apontaram para a divisão dos consumidores em dois grupos distintos, com diferenças no poder aquisitivo.

O primeiro deles, formado por 41%, recebeu a denominação de consumidores protegidos, pois conseguiram manter os empregos e a renda. Puderam ainda investir no home office, e acabaram compensando o que economizaram “fora de casa” com gastos no lar, experimentando produtos, descobrindo benefícios ampliados. Foram privilegiadas a saúde e a proteção da família.

O segundo grupo se refere aos consumidores impactados (59%), que perderam os empregos, tiveram a renda reduzida e dependeram do auxílio governamental. Esses consumidores buscam agora por marcas mais baratas, promoções, e reduziram significativamente os gastos.

A pesquisa da Nielsen revela que as três categorias que compõem o consumo da cesta de Higiene e Beleza apresentaram resultados distintos de janeiro até agora. Cuidados pessoais (xampu, condicionador, sabonetes) registrou retração de -3,7%; Higiene Pessoal (que engloba absorventes higiênicos, creme dental, fralda descartável) apresentou queda de -2,4%. Cuidados com a Beleza (que abrange itens como maquiagens, esmaltes, tinturas para cabelos) foi a mais impactada com retração de -5,2%.

A consultora Margareth Utimura prevê um cenário positivo e de recuperação, citando o lançamento de novas marcas e produtos. De acordo com ela, influenciadoras digitais têm ajudado a trazer mais visibilidade para o segmento.

Também participaram deste balanço da ABIHPEC as consultoras Iza Dezon e Vânia Goy, com as tendências do projeto “40 Dias Disruptivos”, identificadas por análises de estudos e pesquisas de comportamento.  O primeiro relato foi chamado de Indulgência como Resistência, que reflete a importância de valorizar as pequenas coisas e atos. Ser flexível e desconectar, por vezes, não é suficiente. Segundo as consultoras, todos precisamos abandonar o autocontrole e abraçar a simplicidade nos aspectos intelectual, estético e sensorial. E mais: o consumo de produtos de beleza e práticas esportivas não são mais vistos pelo lado funcional e estético, mas sim de contentamento diário, promoção de bem-estar.

O segundo relato foi denominado Menos Consumo, Mais Comunidade e reflete as dinâmicas coletivas, redefinindo experiências. Iza Dezon e Vânia Goy afirmam que, inicialmente, exclusivas aos espaços comerciais, agora as novas estratégias se infiltram nos espaços compartilhados – sejam eles virtuais ou presenciais. Cidades e bairros têm potencial para modificar a rotina dos moradores, desde que atividades públicas e privadas garantam condições para elaboração de projetos específicos. Isso pode garantir qualidade de vida que, certamente, refletirá nos resultados socioeconômicos.

 

PARTE 3

 

A ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – fez um balanço de 2020, discutindo os efeitos da pandemia no segmento. Em um encontro 100% virtual, especialistas traçaram um panorama sobre os mercados europeu e asiático, além de ressaltar a reconexão das marcas com o consumidor.

O consultor do Instituto Euromonitor, Elton Morimitsu, destacou que, em 2019, o segmento de higiene e beleza, globalmente, faturou 500 bilhões de dólares em vendas. O Brasil segue na quarta colocação entre os países que mais movimentam o setor, atrás dos EUA, China e Japão. De acordo com Morimitsu, segundo as pesquisas, Japão e Brasil, mesmo com a queda deste ano, estão muito otimistas para retomar suas vendas em curto e médio prazos.

O consultor afirma que os produtos de higiene pessoal foram negociados em volumes expressivos, por conta da mudança de hábitos. Movimento contrário, com quedas significativas, pode ser observado nos itens de coloração e unhas. Outros produtos que tiveram resultado negativo foram maquiagens, perfumes e proteção solar. Efeito direto do isolamento social. Na China, mesmo com a reabertura dos salões, os consumidores estão receosos de voltar a frequentá-los, mantendo assim os rituais de beleza domésticos, adotados durante a quarentena.

Morimitsu apresentou um painel dividido em três categorias que vão afetar o segmento da beleza de agora em diante. A primeira delas: Welness, a busca e interesse por saúde mental. Por conta do severo isolamento social, 65% dos consumidores globais avaliam a sanidade como o assunto mais importante hoje e, 34% deles já têm adotado algum tipo de atividade para gerenciar o stress e a ansiedade. Um sinal claro para aumento de investimento das empresas.

A segunda tendência engloba a mudança do canal de compras, do físico para o online de forma expressiva. Espera-se que o Brasil feche 2020 com 10% das compras totais do setor via e-commerce. Esse valor significa um crescimento de 30% em relação a 2019. O consultor do Instituto Euromonitor apresentou exemplos de marcas asiáticas que utilizam as lojas como espaços “instagramáveis”, criando assim uma sinergia entre o online e a loja física. Isso gera conteúdo para o online e, ao mesmo tempo, impulsiona as vendas no meio tradicional.

A terceira tendência apresentada é a preferência por produtos clean beauty, fáceis de usar sozinhos, com utilidade básica, fórmulas minimalistas e ingredientes naturais. As pesquisas mostram que os consumidores preferem as marcas que entreguem ativos naturais e orgânicos na composição e que tenham em seu DNA a preocupação com sustentabilidade.

 

 

 

Por Caio Camargo

Perdeu o início da matéria? Não tem Problema clique aqui e veja a parte 1-  ABIHPEC APONTA TENDÊNCIAS PÓS COVID-19

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