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Gerir um salão de beleza ficou ainda mais difícil por causa da pandemia, afinal, o movimento de clientes caiu sensivelmente e os gastos seguiram acontecendo ou até subiram. Equilibrar receitas e despesas passou a ser uma questão de sobrevivência do negócio.

O professor de finanças da PUC – RJ, Henrique Castro Martins, afirma que a primeira ação é olhar para suas contas de Ativo Circulante e identificar as que mais rapidamente podem ser transformadas em caixa. As empresas têm três itens deste tipo: aplicações financeiras, contas a receber e estoque.

“O ideal é transformar as aplicações financeiras em caixa. Naturalmente, é preciso avaliar qual será a taxa de retorno sacrificada na venda destes papeis. Se for aceitável, essa será a primeira ação a ser executada”, salienta Castro Martins.

A segunda alternativa imediata é a antecipação das contas a receber, junto aos seus clientes ou agentes do sistema financeira. Também por causa da Covid-19, haverá dificuldades, mas tudo é parte de uma estratégia de negociação. Neste cenário pode haver um movimento inesperado: os consultados podem solicitar prorrogação dos débitos, então, esteja preparado para uma segunda conversa.

A terceira saída é a venda dos estoques. “Novamente, é necessário ficar atento a possíveis perdas de margem na venda dos estoques. Mas, no cenário emergencial, acessar liquidez pode ser mais importante que manter margens, negociando seus estoques a valores relativamente mais baixos que os usuais”, sintetiza o professor Henrique Castro Martins.

Mas, se tudo isso não estiver à disposição, pense em fazer um empréstimo. Para isso, utilize as linhas de crédito oferecidas pelo governo.
Nos próximos dias, o Ministério da Economia deve lançar a terceira etapa do PRONAMPE – Programa Nacional de Apoio às Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte – no valor de 10 bilhões de reais. Servirá para testar a possibilidade de tornar o programa permanente, mas em outro formato, com menos pressão sobre o Tesouro.
Em vez de o Governo bancar até 100% das eventuais perdas dos bancos com as operações, a cobertura será menor. Poderá ficar em torno de 30%. Ao menos é isso que defende o assessor especial do Ministério da Fazenda, Guilherme Afif Domingos. É possível também que os juros sejam elevados para 6%, ante os atuais 1,25% mais a taxa Selic. Nessas condições, os 10 bilhões de reais podem atender a um número maior de empresas.

Até agora, foram realizadas cerca de 460 mil operações no PRONAMPE. Os empréstimos somam 32 bilhões de reais. A perenização do programa é uma discussão ainda em aberto. A ideia se choca com o princípio de não deixar “transbordar” para 2021 as medidas adotadas para enfrentar a pandemia.
A ordem é encerrar todos os programas emergenciais no fim deste ano. No entanto, a pandemia poderá determinar a continuidade de alguns deles. Números fornecidos pela Frente Parlamentar apontam que, desde a criação do Simples, em 2006, até o ano passado, as micro e pequenas empresas geraram 13 milhões e meio de novos empregos. No mesmo período, as médias e grandes fecharam 1 milhão e cem mil vagas.

Fonte: Valor Econômico

Matéria de Caio Camargo

 

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