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A pandemia intensificou a digitalização das marcas. Provocou uma expansão significativa do e-commerce. Tornou realidade o trabalho à distância. Incentivou a solidariedade. Trouxe, ainda, uma certeza: devemos cuidar do meio ambiente com mais afinco; caso contrário, o preço disso será cobrado e custará muito.

Pensando nisso, o Grupo Boticário vai lançar o programa de logística reversa denominado Boti Recicla. A ideia é transformar resíduos coletados pela marca em equipamentos para escolas. A meta faz parte do Compromisso 2021, que será anunciado ainda nesse mês de janeiro.

Serão entregues espaços de trinta metros quadrados para quinze escolas em diferentes pontos do País. Eles serão mobiliados com equipamentos, carteiras escolares, por exemplo, feitos inteiramente a partir do plástico reciclado. A tecnologia é a mesma adotada em nove lojas lançadas pela empresa no ano passado, incluindo a unidade temporária instalada no Parque Ibirapuera, em São Paulo, em que toda a estrutura é feita com plástico das embalagens recicladas, além do aproveitamento de materiais das unidades antigas.

Esse modelo deve ser replicado em vinte lojas nesse ano. Atualmente existem unidades sustentáveis no interior de São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul e Paraná. Ao produzir equipamentos escolares, o Boticário espera aumentar o engajamento dos consumidores nesse programa de logística reversa. A companhia não revela quantas toneladas de embalagens recolhe anualmente, mas explica que o modelo de 45 metros quadrados da loja sustentável necessita de três toneladas de plástico para sua produção.

A crise sanitária fez o fluxo de consumidores cair nas unidades físicas, tornando ainda mais desafiador o cenário para o programa de logística, criado em 2006, que tem mais de quatro mil pontos de coleta e se estende a outras marcas do grupo como Eudora e Quem disse, Berenice?. A empresa compra os resíduos de vinte cooperativas homologadas para realizar projetos sustentáveis. Durante esse período de baixa na coleta de embalagens pós-uso, foi realizada a ação “compre e doe”, para contribuir com as famílias dessas cooperativas.

O vice-presidente do Grupo Boticário, Alexandre Bouza, explica que a coleta das embalagens ainda ocorre em pequena proporção e, por isso, acredita que a conexão entre objetivos sustentáveis e sociais ajude a aumentar a participação dos clientes.

“Neste ano, vamos investir ainda mais em campanhas nas redes sociais para falar sobre sustentabilidade”, assinala Bouza. No ano passado, para incentivar o descarte das embalagens, algumas lojas fizeram operações drive-thru.

Além da atenção à sustentabilidade social, é uma oportunidade para o Grupo produzir estruturas inteiramente à base de material reciclado. Isso porque o modelo de loja sustentável permitirá instalar pontos físicos de venda em espaços ainda não explorados pelo mercado. “A loja tem um formato padronizado e ocupa o espaço de uma vaga de estacionamento. Então, conseguimos abrir unidades em lugares que normalmente não têm espaços para lojas, como atacarejos, por exemplo”, conclui o vice-presidente do Boticário, Alexandre Bouza.

Fontes: O Boticário; Valor Econômico

 

Matéria de Caio Camargo

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