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O envelhecimento é um processo biológico inevitável que provoca mudanças na pele. A indústria da beleza pesquisa novos produtos que tentam barrar essas alterações. Com o cabelo, o processo degenerativo é muito parecido. “Os sinais mais claros do envelhecimento capilar são a diminuição do volume e da espessura dos fios. Mas também há uma redução da taxa de crescimento e da qualidade do fio”, constata o dermatologista Daniel Cassiano, da clínica GRU, e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

O mais recente estudo sobre o assunto, publicado em janeiro, no Journal of Clinical Aesthetic Dermatology, descreve as características únicas do envelhecimento do cabelo entre diferentes etnias, de forma que brancos caucasianos e asiáticos começam a sentir os efeitos negativos aos 30 anos, enquanto africanos e negros aos 40.

De acordo com a pesquisa, os caucasianos e asiáticos costumam sofrer danos na haste dial do cabelo, enquanto os afro-americanos veem os danos ocorrer próximo à raiz dos fios. “Há ainda nas mulheres alterações pós-menopausa, que incluem diminuição dos fios anágenos (ativos ou em crescimento) no couro cabeludo frontal, menores taxas de crescimento e diâmetros menores do cabelo”, diz o dr. Cassiano.

Na sua experiência vivida no consultório e em pesquisas, o médico afirma que “semelhante à pele, o envelhecimento do cabelo compreende tanto o modelo intrínseco, que inclui as mudanças fisiológicas naturais que ocorrem com o tempo, quanto o tipo extrínseco, ou alterações associadas a exposições ambientais, além do estresse físico causado pela higiene diária”.

Apesar de uma composição química semelhante, as propriedades estruturais do cabelo variam entre as diferentes etnias e, consequentemente, o envelhecimento do cabelo também é diferente. Os pesquisadores realizaram uma pesquisa bibliográfica entre 69 publicações para revisar o que se sabe sobre as mudanças na estrutura do cabelo ao longo do tempo, focando nas diferenças do envelhecimento dos fios de acordo com a origem étnica.

Foram coletadas informações sobre a estrutura do cabelo, características dos danos e respostas a problemas extrínsecos, juntamente com diferenças entre raças e etnias. “O papel do cabelo tanto na proteção quanto na melhoria estética o torna extremamente importante para o bem-estar físico e mental. Por isso, um entendimento completo das características únicas da perda de vitalidade do cabelo, entre as diferentes raças e etnias, é essencial para o tratamento adequado de pacientes idosos”.

Segundo o dermatologista, o trabalho científico é uma importante forma de alertar para os cuidados preventivos com o cabelo. Daí ser fundamental consultas rotineiras com médicos especialistas. “Sabendo que o envelhecimento capilar começa em determinada década da vítima, na terceira ou na quarta, o ideal é que o paciente procure o médico de forma preventiva para a análise dos fios”, finaliza o dr. Daniel Cassiano.

 

Matéria de Caio Camargo

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